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24.1.06

A doente-leitora

Ontem fui ao médico, ali na vila. Já lá tinha levado a tosse no ano passado. Auto-comiserada, afónica e tússica, desiludi-me de penas graves perante a receita: cêgripe e maxilase. Razão tinha o meu pai e eu devia ter sido médica. Pelo menos auto-médica. Durante o esquisso da sentença, distraí-me pelo gabinete, o boné e o casaco de veludo pendurados, uma pilha de livros e uma tese de mestrado em francês jaziam na maca para observação. Gostava tanto de saber mais francês. É de uma elegância intemporal, o francês.
Pode ter-me recusado o estatuto de um antibiótico, mas o meu médico é um published author.