story:tell:her

25.1.08

Ainda não me habituei a que tu não estás só com um ar esgroviado, agora és mesmo assim.

Ele. O meu tudo que ainda assim me música.

24.1.08

status

Não percebo como é que ainda não me arrependi.
Deve ser porque afastei a cor(quera)tina que me guardava do mundo, mas parece-me que toda a gente olha para mim. Com surpresa, riso e, gosto de imaginar, inveja. Olha o que esta maluca fez ao cabelo.
Basicamente, apeteceu-me copiar a miúda. A miúda que é igual a mim e fica tão gira assim, curta. Também é verdade que o meu cabelo me andava a fazer infeliz. Uma infelicidade armada de secador e escova e presa em nós e cremes e aquele frisado de inverno que me destrói. Depois há a transposição psicológica, a renovação, a audácia, a coragem, o despropósito. Quanto mais responsabilidade tenho mais procuro o despropósito. É infantil e crescido ao mesmo tempo. Sou um Peter Pan de calças rotas e eyeliner. Estatuto-me de pequenas revoltas. Sentada à direita, apresento um colarinho branco com riscas abotoadas no tweed. Contabilizo seis botões de punho à mesa, demasiadas gravatas (porque é que não há mais mulheres?) e umas calças rotas.

20.1.08

abstruso


Numa palavra, o meu cabelo.

18.1.08

cum mula peperit

Faço tanto relatório que já quase só falo por indicadores.
Consigo itemizar o que for preciso e extrair soundbites.
Aliás, devia oferecer os meus serviços à publicidade. Eu, que gosto tanto de títulos, também sei inventar nomes. Tenho três epifanias fantásticas em carteira. Não sei se a Universidade está preparada.

Ontem ligaram-me da revista. No Brasil querem usar um texto meu para um manual escolar. Aquelas duas páginas, esgalhadas sob o sol de Agosto numas férias ao Douro, continuam a ser populares. E eu que escrevi tantas coisas difíceis.

Pois bem, aceito o meu destino. Nunca serei uma novelista, mas não é desta que deixo o blog.
A Universidade tem pares e tem ímpares.
Eu sou um número primo.
Apanheia-a dobrada pela cintura, com o alto da cabeça encostado à televisão,

Ò Mariana!

Mamã, estou a levantar os cabelos.
Parece que toda a gente queria ser o Dr. House.
Aposto que se lhe inveja mais o mau feitio do que a genialidade. O problema é que toda a gente consegue ter mau feitio, mas quase ninguém o resto.

3.1.08

Há que tempos que não me queixo capazmente. Postas de autocomiseração empalhada em trocadilhos de polichinelo. Aproveito que ele vê a vida dos dos outros para encerar aqui a minha. Já vi a vida daqueles no King. Onde vou uma vez por ano e nem sei se ainda abana com o metro.

Hoje fui trabalhar depois das festas e claro que cheguei triturada. É impressionante, é mesmo do outro mundo, isto é incrível. Eu, toda camuflada de thalasso, firme na ganga e no azul, discursiva sobre as resoluções do ano, quasi-bronzeada e trambolhei-me toda na mesma. O meu gabinete devia chamar-se Uni-ER. Libertei-me num risinho histérico quando me chegou o terceiro email do dia a pedinchar ajuda de gentinha que nem sequer me é afiliada, que não é sequer de uma Universidade portuguesa. Caramba, chegaram-me pedidinhos do Brasil sobre citologias vaginais em cadelas!
O que nos vai valendo é a contemporaneidade dos logotipos. Estará a União a pagar royalties só para animar a malta?

2.1.08

Querido 2008,


Para além desta fixação pelo azul, começo-te esperançosa de muitas outras cores. Larguei-me de pretos e cinzentos e hoje cheguei mesmo a remexer um vermelho. Esforço-me desde já para manter esta amplitude da paleta. Bem vejo os resultados que tem na pisca marisca. A minha filha é tão mais porreira do que eu.

But I see your true colors
shining through
I see your true colors

Quero um espelho destes de hotel. Um olho giratório, ora distraído, ora predador.

so don't be afraid to let them show
your true colors

Não me quero perder de vista.

royal wink


Levei-o no meu sonho azul / Azul, azul / Da cor do mar / Levei-o comigo


Trouxeram-me os amigos um saco fantástico. Claro que não vou esbanjá-lo com batatas. Integra já o meu arsenal Inverno 2007/08.
Hoje equipei-me ainda com um pisco real.

1.1.08