story:tell:her

25.3.13

p:ills

Ando mesmerizada com a minha prescrição.
Duas vezes ao dia, liberto os comprimidos da tablete e junto-os com a ponta do indicador direito.
Gosto de ver as cores a contrastar com a pedra preta do balcão. Diverte-me a minha condição de paciente contrariada.
Encho meio copo de água.
Há, portanto, uma comicidade instalada na minha fruteira koziol: bananas, tangerinas e caixas de comprimidos. Uma pessoa sabe que perdeu mão na vida quando assume a presença dos medicamentos nos balcões da cozinha.
Eu não tenho nada de grave.