story:tell:her

28.11.07

perna de pau, (m)olho de vidro e cara de mau

Ontem à tarde, ainda não eram três, bati com a cabeça na esquina do armário. Praguejei e continuei a espremer a lata. A seguir tocou a campainha e eu gritei-lhe, esganiçada, que abrisse a porta com a chave dele.
Caramelos. Nunca mais compro promessas de chantilly sob pressão.
Ao menos o pão-de-ló era bom. Não fui capaz de não me acusar sob os cumprimentos da escola e sibilei a procedência. Eu só barriguei de doce e colei os smarties.
Bugger. Parece que havia expectativa de bolo de requeijão, mas eu não cheguei para tanto.
Claro que para a minha pisca tanto faz. Estava contente e foi uma anfitriã perfeita, a distribuir as fatias tortas (porque é que fazem os pães-de-ló tão altos?) nos pratos amarelos da escola.
Em casa prodigiei um mar de cenoura e mascarpone, um cenário de piratas e tesouros que tive que proteger até ao fogo preso final. A pirotecnia valeu-me um buraco na toalha boa e a espatulagem da fuligem no creme de lima.
Sou remissiva.
Mas empratei o meu melhor doce de sempre.
Macia por dentro, crocante por fora.