story:tell:her

26.9.07

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Não me imagino a viver no campo. Talvez até fosse fantástico e as distâncias já não são o que eram dantes e tal. Mas é um problema estatístico. Uma necessidade de manter as opções em aberto. E para mim as opções estão nas cidades. Eu devo ir ao cinema umas duas vezes por ano. Tenho uma tendência assumida para frequentar os mesmos restaurantes. Em boa verdade, bastava-me uma meia dúzia de lojas onde de facto compro alguma coisa. Um supermercado. As lãs já vêm pelo correio. Não tenho tempo para cursinhos. Mas encantam-me as possibilidades. Valorizo as possibilidades e desfaço nas probabilidades.
É a mesma coisa com a idade. Os vintes estão cheios de possibilidades. Os trintas são demonstrações das probabilidades já reduzidas. O número de casos prováveis sobre o número de casos possíveis. Um denominador a encolher a cada escolha. E de repente parece que já não há de facto opção, que a probabilidade é 100% daquilo e já está.
É como as viagens. A antecipação é tantas vezes mais excitante do que a vivência. Quanto mais se vai mais perto se está de voltar. Será isto cinismo? Preocupo-me.
Com isto, com as múltiplas no win situation da vidinha e o sentimento geral de que os grandes pilares da felicidade estão claramente overrated.