story:tell:her

31.1.06

Things fall down. People look up. And when it rains, it pours.

Parece que o Tom Cruise vai ganhar um mau prémio por ser mau actor. Ouvi hoje na rádio e sorri. Eu não embirro com o Tom, até o acho giro e sim, vi o Cocktail. Embirro é com a fleuma ensimesmada com que muita gente renega os seus próprios deslizes culturais. A necessidade pacóvia de mentir sobre a espreitadela no horóscopo ou o filme lamecha. Acho tão ridículo que só me apetece provocar. Uma criatura que desconheço, mas que falava na Radar, esse portento de erudição, cuspia malvadezes sobre o Tom e assumia só o ter gostado no Magnólia. Daí a uns minutos, a colega, parola, interrompia o alinhamento para recuperar também o Eyes Wide Shut. Ah, pronto. Entreolhámo-nos, risonhos, revirámos os olhos e as memórias. O Magnólia. Ainda me hão-de explicar os sapos. Já nem me lembro se gostei do Magnólia. Lembro-me dos sapos. Nem me lembro bem do Tom, eu é mais sapos. Os sapos e o John C. Reilly.
É como a televisão. Eu até estou à vontade, vontadinha, para falar da televisão. Eu não gosto muito da televisão e sou imune ao zapping. Eu vejo pouca televisão e até já não a tive. Nós temos uma televisão antiga, que não é flat e cabia dentro do Smart. Temos só uma e nunca haverá uma no quarto, embora o construtor da minha casa tenha pensado nisso. Mas eu vejo televisão quando me apetece e o que me apetece. Porque eu sou mais eu. Eu via a telenovela da Malu quando estava de licença de parto porque ficava acordada até à uma à espera da mamada e comia bolachas de aveia (que li que fazia bem ao leite, a aveia) e via a coitadinha da Malu a ser maltratada pela outra. Eu é mais sapos.