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23.1.06

Recorte de imprensa

Leio no jornal que Investigador britânico conclui que hoje é o dia mais deprimente do ano:

Não se trata de futurologia, defende Arnall, mas de um cálculo matemático a partir de seis factores que se conjugam no primeiro mês do ano: o frio do Inverno, o tempo que decorreu desde o Natal, o regresso ao trabalho depois das festas, a chegada das facturas para pagar, as resoluções de ano novo frustradas e a ausência de expectativas em relação a uma melhoria do panorama nas semanas que se seguem.

E mais uma semi-voz, arranhada e cansativa, um corpinho mole e escorregadio que evita as mangas das camisolas e descalça uma paciência já de si bastante fragilizada, culminando num cocó de última hora e uma estupidez natural que me arrasta a manhã no centro de saúde na ilusão de uma consulta. Assoei-me de ranho e piedade de lá até aqui, sem lenços que me ensopassem a vidinha, já que o último tinha-lhe apanhado uma berraria esverdeada no adro, quando o livro, enorme e despropositado, lhe escorregou para a confiscação final. Comprei o resto do caminho com um espelho do Snoopy, de que em boa verdade não preciso para encarar a miséria do resto do dia.

Mas se há um dia verdadeiramente mau do ano, a boa notícia é que, de acordo com a mesma fórmula, existe outro que tem tudo para ser excepcional. Acontecerá a 23 de Junho, sexta-feira. Faltam 151 dias.