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7.12.05

Na Rua da Escola

Ontem fui à Politécnica. Espreitei as obras do Laboratório. Lembrei-me das bancadas tortas onde escorregavam os tubos, onde não se conseguia acertar o menisco, do anfiteatro desergonómico com as poltronas na fila de baixo, das gargalhadas, das mangueiras das condensações a esguicharem por todo o lado. Há 15 anos apinhávamo-nos para as aulas das 8:00 com o Catarino e fugíamos pelas janelas no meio das demonstrações da Higina. Horas a fio no jardim, na Císter. Uma meia de leite e um croissant com creme. Mudaram os empregados todos, não mudaram os croissants. "Não, não pode vir à janela olhar para o jardim", disse-me e eu não quis acreditar. E eu lá voltei para a lâmina molhada do lago. O cheiro da Ginkgo, as folhas de herbário, a cera da Biblioteca. O sol nas escadas, o pêndulo, a formica da cantina. Ontem vi Borboletas a esvoaçar no próximo Outono.