story:tell:her

19.10.05

Sonorápida

Tenho um amigo, com uma filha duas semanas mais nova que a Mariana, que me dizia que a dele "uma semana come, outra semana dorme", não acumulando (dis)funções. A Mariana come ou quase-come. Deve ter dormido, decentemente, umas duas semanas quanto muito.
Quando nasceu tinha um miado baixo, que não incomodava nada, mas comia de 3 em 3 horas ou menos. Comeu de noite até mais de um ano, a certa altura mais de 1/5 litro de leite por noite. De dia dormia dez minutos, com esforço, e acordava fresca. De noite nunca mais de 9-10 horas. Nunca "até mais tarde". Nunca ronha. Já não se quis deitar, já se quis deitar comigo, já quis acordar comigo ou só acordar, quando não é o nariz é a tosse ou os dentes ou os sonhos ou as tolas na madeira. Oo o tal eitinho que temos que ir buscar as duas, escadas abaixo, tropeções acima. Esta noite foi a tosse, os aerossóis, o xarope de cenoura, o mel, quase que tentei a cebola no quarto. No meu quarto, pois claro. Já não me lembro de dormir descansada. Mesmo quando fica uma noite fora deixa lá ficar a minha vigília, o sobressalto a meio da noite, "o bebé?", que é assim que me falo dela, que acordo por ela, com ela. Tenho um sono acumulado, comprimido, entranhado, irrecuperado, que já não me deixa mal-disposta, faz-me mal-disposta, e desconfio que me encaracola ainda mais o cabelo. Preciso mesmo de ir ao cabeleireiro. Abrirão de noite?