story:tell:her

18.9.05

Notas, na contracapa do menú

Dá-me ideia que antes se ligava mais a estas coisas, às ocasiões. Antes havia menos festas, menos roupas, menos banquetes, mais vidinha. O casamento da mãe desta noiva foi o maior acontecimento familiar da década de 80.
Os requisitos da festa estão cada vez mais exigentes. Na véspera do meu casamento eu não tinha nada para fazer. Fui comprar umas calças de ganga e o meu pai uma gravata, para entreter. Esta noiva ficou ate às 3 da manhã a embrulhar inutilidades para oferecer à malta.
Eu gosto mais de buffets que de cartas, intercaladas por esperas e às vezes gelados de limão.
Viémos embora antes do baile e poupei-nos momentos de dor aguda nos pés e insistências pedinchonas ao marido para me aleijar na pista.
Se não estivesse já cheia de sono e de birra, acho que a Mariana tinha gostado do baile.
Terá havido baile?
Havia uma mesa de putos com vigilância, mas a Mariana ainda não me larga o suficiente para a poder utilizar sem eu ter que comer o peixe lá também.
As pessoas vestem roupas aos putos pelas quais deviam ser processadas por comissões de é(sté)tica.
As pessoas crescidas vestem roupas hilariantes e não se riem com isso.
Se calhar doi-lhes os pés.
Pelo menos às mulheres que desafiam as leis da anatomia humana.
Quero que os noivos sejam muito felizes.