story:tell:her

20.3.05

Eu compro

Tudo cá em casa. Das batatas à pulseira, roupa para todos três, comida para todos três e traz um amigo também, livros, brinquedos, não CDs (qu'isso é o Pappy, sem contar a Escolinha de Música, que tem as galinhas doidas), roupas da casa, mimos de comer, medicamentos, enfim, tudo o que há na praça, na mercearia, no centro comercial e na Baixa. Isto quer dizer que gasto imenso dinheiro, aliás, eu gasto o dinheiro todo que sai da carteira. O outro dinheiro sai do banco e nunca o vemos, aquele que paga a casa e os seguros e essas coisas assim "de responsabilidade". Eu é mais papelinhos amarrotados aqui e ali, muitas vezes guardados por causa das trocas. Falo disto porque é uma canseira. Make no mistake, eu gosto de ir às compras, mas esta realidade consumista está a matar o rouxinol que havia em mim. Eu gosto de pensar em mim como mais do que um pin code. Nunca gostei de sacos plásticos. Nem de papel. Não gosto de sacos e tento sempre enfiar tudo na mala. A minha mala parece o saco do Sport Billy. Além dos efeitos colaterais de ter sempre o mesmo ângulo de escolha para tudo. Neste momento nós e a nossa casa somos verdes. Uma autêntica família Shrek num pântano de clorofila. Vejo sempre se há em verde, menos na fruta.
Precisava de calças. Já está, pernas curtas, com bolsos tortos. Não gosto de comprar calças. Nunca ficam bem atrás, na cintura. Umas delas desafiam a ergonomia feminina, mas são as mais giras. Tinham 70% de desconto, fiquei orgulhosa. Claro que assim só sei falar daquilo que compro, porque é o que mais faço. E do que não compro, como a saia verde, daquele verde Julianne Moore, lindo, fundo, que não me ia tornar mais parecida com ela. Também não me apeteciam tantas sardas. Já assim, eu própria, parece que estou toda cagadinha das moscas de tantos sinais. Tenho que comprar um protector.