story:tell:her

24.3.13

Fragmentos

Gosto de espelhos pequenos. Tenho um espelho pequeno, com uma moldura de madeira, respigado numa banca, com um arame enrolado que o faz tombar para a frente.
Gosto de espelhos ligeiramente tombados. Justificam uma pessoa ligeiramente torta.
Os espelhos pequenos alinham-nos o objectivo com o chão da casa e as rajadas da luz. Vê-se uma quadrícula e imagina-se o resto da matriz.
A minha filha, pequena, não chegava ao meu espelho pequeno e via-se sempre aos saltos. As sobrancelhas levantadas na expectativa, um meio sorriso esperançado, esforçado, promitente. Toda uma infância ir:reflectida com terna nitidez.