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24.8.08

Então, as férias?

Amanhã (re)começa a conversa do costume. Então, as férias? É como depois do Natal. Então, o Natal?
As férias passam-se, pá.
Houve alturas em que as férias eram intermináveis, arrastadas entre a biblioteca da Junta e a sala, quando não havia televisão antes das cinco da tarde e depois se viam os documentários do fundo do mar e tal. Aquilo nem devia ser editado porque em boa verdade nunca mais acabava (é que o mar é muito grande e tem muito fundo). Como eram as férias.
Agora as férias são diferentes. Aliás, chamar-lhe férias é assim um hábito, um anacronismo, uma espécie de membro fantasma. As férias agora parecem mais conjuntos seguidos de fins-de-semana.
Depois há aquele pormaior, os miúdos. As férias dos pais nunca mais são como as férias dos filhos. Uma família alargada, sitiada num local que, mesmo quando hóspito, é falho das referências que geoposicionam cada um.
O direito a férias é parcimónio porque o legislador era um homem sábio.