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21.6.06

Grupo PAA

Ocorreu-me que devíamos marcar uma viagem. Só as três. Assim uns dias de folga, de fuga. Uns dias de miúdas, de risos parvos misturados com lágrimas parvas. Temos tantas coisas em atraso. Eu gosto tanto delas.
Ficávamos as três num quarto, a conversar até de madrugada. Desde os trabalhos de grupo que não partilhamos madrugadas. Lembro-me em particular de um, em 1993, para o "Sr. Rui", o assistente puto que agora é meu marido. Tivemos 19/20. Era tudo tão fácil.
Na viagem, podíamos tomar pequenos-almoços compridos, preguiçosos. Claro que teríamos que arrastar a A. da cama e a P. arrancaria nódoas da manteiga. O meu prato ficaria cheio de côdeas de torrada. Na Císter havia quem só viesse para o pequeno-almoço. Aprendíamos tanto como nas aulas.
Durante anos a PT ganhou fortunas com a nossa triangulação de números. Os pais nunca perceberam como é que havia sempre tanto assunto, tantas dúvidas para tirar, as matérias desfiadas em horas de queixas e comparações. A Ana ia sempre à frente nos apontamentos. A culpa era das canetas. Ela usava sempre a Parker de tinta permanente e eu tinha que ensaiar novas combinações de papéis e cores para cada etapa. Fizemos dezenas de exames lado-a-lado porque éramos seguidas na pauta e na vidinha.
Na viagem escolhíamos uma fila de três.