story:tell:her

14.9.05

Gut feeling

A Mariana ainda chora quando fica na escola de manhã. Se for eu a levá-la. E não vale a pena ficar mais tempo, arrastar a coisa. Se for o pai nem tanto. Se for o pai a ralhar nunca mais se ouve, nunca mais exige, aos berros. Se for comigo suga tudo, incluindo a calma e às vezes também a autoconfiança. É uma injustiça, mas é como é.
Eu sou a mãe e com quem nos limpa o rabito não há delicadezas. A sem-cerimónia é orgânica. Ela sou (também) eu e eu sou dela. Às vezes sinto-a outra vez dentro de mim, a revolver-me. Às vezes invade-me.
Acho que gosta da escola. Os choros já não são tão desesperados. Hoje de manhã chegámos mais cedo e andou a mostrar-me a sala e os brinquedos. O pato que o pai desenhou ontem está muito lindo. Eu não teria feito melhor.