story:tell:her

3.7.05

Maternodiversidade



A pal escreveu este post em forma de assim sendo, angulando-me de forma favorável e generosa. A boca espantou-se-me, como naqueles dias em que o cabelo exerce vida própria e, de repente, alguém nos gaba o despenteado.
Eu conheço algumas mothern, e outras só modern, que arrancam admirações aqui e ali, mas nenhuma se sente doutra maneira que não seja a vidinha nossa de cada dia nos dai hoje e perdoai a falta de pão fresco, assim como nós perdoamos os pêlos na banheira.
Suponho que se houvesse um making-of dos blogs tudo teria menos graça. Como quando passamos a viver juntos e deixamos de resguardar aqueles tempos de ninguém em que os namorados se renovam de mistérios.
De qualquer modo, eu também tenho inveja de quem multiplica as barrigas e ainda se orienta o suficiente para dar com a Internet, sem perder as chaves de casa, do carro, da despensa e da disposição.
Beijos para a I. e festinhas na barriga.

P.S. O meu domingo, abridged:
Acordar, constatar a falta de energia para espraiar, lavar, vestir, alimentar, sair; comprar, ensacar, ver que ainda são só nove e meia; guardar os víveres no carro, voltar lá acima com esperança de espiolhar os até 50%, diminuir a culpa no playground ainda vazio, meia hora depois resgatar forças para a arrancar às beterrabas-baloiço, aceder à chucha, desdenhar os por centos a menos, voltar ao lar e aproveitar o sono dela para lavar o quintal, a entrada, o chão da cozinha (que nunca atinge a limpeza dos anúncios), as portas cheias de restos de dedos embolachados; migar os legumes para as salsichas com couve lombarda, assumir que é preciso cozer a couve antes de a enrolar na chichinha e, depois desta epifania culinária, cúmulo do cpu usage da minha manhã, continuar a lida sem mais mistério.