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8.6.05

Maxima culpa

Ontem, no caminho para casa, depois de um dia acéfalo, mas torturado de culpa pela falta do órgão, comprei uma revista de gaja. Não tinha trazido o tricot, só tinha um livro, mas sem bonecos e sucumbi. Ainda pensei na Pais&Filhos, onde poderia ver a fotografia não censurada da Maria, mas não, não era esse o espírito. Eu queria mesmo era ver roupas e cremes e tudo nos tons da moda. Sentei-me ronronante no banco da estação do comboio e mergulhei nos boiões.

Quando eu estava na Escócia gostava de me enroscar com uma mug, uma viennese fancy ou um cinnamom whirl e a Cosmopolitan, que lá é muito mais gorda e menos braguilhada que cá, mas igualmente totó. Já em Brighton viciei-me em episódios repescados de Friends e Sex in the city. Sue me.

Sentam-se ao meu lado e falam-me. Pronto, fecho o boião e começo a preparar mentalmente a desculpa cool estilo "tu não percebes, mas as giras e inteligentes, lêem estas cenas".

1. Era um colega meu, com quem dou uma cadeira de mestrado.
2. Que tem sempre livros interessantes e estrangeiros na mão ou em envelopes de papel. Daqueles que eu já aprendi a fazer de conta que leio, mas que nunca leio todo.
3. Preciso de um top turquesa.
4. Não consegui não me justificar embora ele tivesse feito de conta que não fazia mal e tivéssemos mesmo comentado algumas das giras que lá vinham.
5. Ele não acha a Angelina Jolie muito gira.
6. Assim turquesa esverdeado, não é turquesa céu.
7. Bolas, ainda mostrei disfarçadamente o livro sem bonecos.
8. Ele está a escrever um livro sobre relógios de sol para os CTT.
9. Eu disse-lhe que não conhecia bem o funcionamento dos relógios de sol e que aquilo é difícil.
10. Ele concordou.
11. Mas podíamos discutir protectores solares e mesmo autobronzeadores. Tínhamos a bibliografia.
12. Azul turquesa e com pedrinhas.