story:tell:her

19.5.05

Ai, ai, ai, ai, ai

Ele há coisas que nos desconfortam, mesmo sem aparente razão. Que nos remexem a tripa ou alteram aqueles sinais vitais que se analisam nos polígrafos, que trazem palpitações ou gotículas de suor, para quem for dado a isso (eu transpiro pouco, a piolha transpira imenso, deve ser uma questão de metabolismo). Algumas dessas coisas são as cartas da Segurança Social, das Finanças, as operações Stop ou os envelopes fechados das análises. É que normalmente não há meio de a coisa bater sempre certa, que a verticalidade de amanuense só se consegue com um esforço directamente proporcional à ambição. Tenho cá para mim que só os carreiristas e políticos de profissão é que têm currículos incólumes, sem atrasos, nem multas nem mal-entendidos com a justiça e a tesouraria pública. Eu, que acredito nos impostos, na solidariedade social por oposição à caridade conservadora, nas obrigações do Estado e dos cidadãos, ando para aqui a receber cartas em catadupa resultantes da minha atarantice e das falhas das novas tecnologias. Palpito, quase suo. A minha velocidade de sedimentação está sempre alta, mas nunca fui parada numa operação Stop.