story:tell:her

12.2.05

Com canela

É sempre tempo roubado. Roubado ao trabalho, aos filhos, à vidinha. Passa a correr e falamos de muitas coisas, muito depressa porque há sempre muitas coisas para falar. Bebemos chá e comemos scones ou queijadas. Conheço-a há pouco tempo, mas até parece muito. Percebe o que eu quero dizer, mesmo se me atrapalho no discurso. Quem não me percebesse às vezes pensaria que sou tola, ou malvada, ou convencida, ou mal-agradecida ou self-pity. Tem uma filha pequena, como eu. Também tem dificuldades a tomar banho. É bonita e a filha dela também. Tem um gosto fora do comum, uma estética de vida que eu desejo que consiga partilhar ainda mais com o resto do mundo, que bem precisa dum bocadinho mais de cor-de-rosa.