story:tell:her

1.2.10

girls>just>wanna>have>fan

naquele tempo, todos os dias estavam húmidos; as dores atropelavam-se e nada parecia mais urgente do que subviver ao próximo minuto ou ao desagravo do minuto anterior; o presente é sempre excessivo, mesmo in the big c(o)urse of events

transversal
acaso será possível traduzir a reacção não homóloga? as coisas estão como são

longitudinal
quando passarem as estações, depois das marés, parecerá ténue, talvez mesmo pouco; porquanto hoje é uma urgência surda, um episódio vermelho; sobrevém-me que, afinal, as coisas também são como estão

o ano está a chegar ao fim; mais uns dias e noites de areia e está feito; 2008_09, que às tantas atrás, pelo estio, gnostiquei de fantástico; mirabilis, horribilis, nobilis; desperto; tenho a minha 24-heures saint germain, já pode arrefecer

phoenix reburied
no final, (desen)rolou-se-me o desconsolo, húmido, na espuma suja de brooklyn; aposto que a areia marca o veludo para sempre; as sobrancelhas dizem muito de um homem, há que aprender-lhes a meteorologia

da estação
tenho um scrabble; já não sei se volto ao blog

olha, mamã - muito baixo - eu não tenho mesmo um amiguinho invisível, mas só tu é que sabes

sobram-me tantas pernas nesta filha; onde será que vai, assim depressa? temos que desacelerar; bem, eu já comecei a usar saltos

hoje sugeriram-me que numerasse os ossos do meu esqueleto; acho bem, sempre apreciei um plano b

agendei a minha re_cidadania para setembro; até lá identifico-me como ateniense ou grego, ao calhar

tem uma memória limpa de futuro; já eu, estou sempre a precisar de restart
tenho um computador novo; ou, melhor, há um computador novo que me tem a mim

das partilhas
na marginal, fiquei com de trás para a frente; deixei da frente para trás

tenho feitos novos e defeitos antigos; (de)pendências várias a caminho da dry cleaning

a criança hearts fins-de-semana e tra-lá-lás (como diz a R.)

upgrades
mamã, tive um sonho muito bom que quero guardar: primeiro, já conseguia andar de bicicleta sem rodinhas e depois voava; voava, mamã!

o gray é o novo blue
saiba-se que estou contente com o dia cinzento; é mesmo disto que preciso, de um cinzento estocástico, meteorológico, que não controlo nem posso lamentar como meu; meus lamentos, comiserações, contragostos, contrafacções, tudo muito injusto e infligido e o raio-que-ainda-não-me-partiu, que até os raios têm a sua ardência própria, toda para além de mim; isto de uma pessoa se fechar em si dá muito canso a toda a gente incluindo ao próprio; o self está tão overrated, é tão last season; o umbigo não é mais do que uma cicatriz, já este piercing ainda me há-de trazer tétano; just get over yourself, woman.

é verdade que andava estranhamente calma; a breves dias da pausa, sem bikini, mas com confiança; encontrei-o ontem, num sítio do costume, onde já (me) consumi sob todas as civilidades possíveis; entrei, serena, livre de expectativas, levemente aborrecida por não ter conseguido lavar o carro; pior que a pedicure é agendar a lavagem de um carro - o asfalto consome muito uma pessoa; esperei pacientemente que as adolescentes puxassem pela paciência das mães sob(re) fitas de cores - estas miúdas têm três vezes a minha copa (que é praticamente um pau), mas ainda não sabem o que é uma boa manilha; era quase o último, simplesmente adequado, discreto, o glamour guardado numas contas breves, atilhado nas ancas - tenho umas bonitas ancas; é, obviamente, um s; o meu bikini para este verão é uma promessa.

o senhor oliveira está certamente aculturado com o siadap lá no seu serviço, mas será ele um SIMplex at heart, que é como quem diz um afim que vota ps?

gosto de manifestos porque prefiro sempre viver do que não viver; como diz o becket, errar cada vez melhor

ontem à noite tive preguiça de twittar o #pcp; um coquinho daqueles e eu colada à pele do sofá; de que me serve o alcance todo destas pernas se as cruzo, reboluda?

a vida é espantosamente robusta, previsível, quase plácida; agora a morte é sempre uma surpresa; é a surpresa

casualties
hoje, por volta das oito e picos, confirmei que morreram mais de 58 mil americanos no 'nam; é sempre bom ter alguns números connosco, not to make things casual

cansada de invocar o recuo histórico, invisto na aceitação do avanço ficcional

temos agendado lá em casa um concerto "do rock"; chegou o momento de apresentar a criança à guitarra do boss; há-de aprender inglês para isto, com isto; sempre fui, sou, uma deslumbrada com os prólogos

a coisa amarinha no sentido inverso da digestão; nucleia a meio do corpo e expande-se também para baixo; o medo é um morcego perdido, cego também ao tacto

mergulhar no teu corpo entre qua(r)t(r)o paredes
dez anos depois de fausto navegar por este rio acima (1982), lá pelas três da manhã, naufragámos mil vezes; sempre me pareceu uma bonita maneira de o dizer, isso de ir ao fundo e voltar

epifonia
agora que cheguei cá, é transparente; o som atrasa-me; chamo-me luz

humoral theory
não é o amor, mas o humor que nos salva; reconheço-me falta de fleuma e excesso de bílis negra

estou em dizer que me apli/acaria um hirudoid intravenoso

habituada a explorar as brechas da agenda, a rapariga revisitava-a a espaços; primeiro descompassada, depois tenra; por ora infiltrada, quase exigente

sabes mamã, as almofadas têm dois lados: este é o lado dos sonhos bons

contudo, há uma elegância noir nas lágrimas que debo/utam um rímel

upon request de lúcia maria rita