story:tell:her

31.8.07


Fomos lá as duas esta manhã. À confiança.
Claro que vou ter que voltar para conseguir ver alguma coisa durante mais de três segundos.
Tirou os sapatos, rastejou por várias superfícies, todas permitidas, embora algumas parecesse mesmo que não, que com a arte contemporânea uma pessoa nunca sabe bem. Falava naquele sibilar alto de bilhoteca. Já chegou a queixar-se de que tanta compostura lhe magoa a garganta. Ainda assim destacava-se notoriamente da urbe discreta que passeava os tons neutros do casual wear pelas salas enormes e brancas.
Porque é que não se vê a cabeça, mamã, porquê?
As crianças não filtram e o senhor do lado escancarou o riso que acumulava à medida que a figura rastejava um video potencialmente incompreensivel.
O video não é para mim. Estou à espera que passe.
Mas curto a garrafeira.