9.4.08
blanc
Amanhã vou à minha antiga escola* falar sobre o meu "percurso".
Ontem resgatei fotografias e reconstituí memórias. Na luz molhada do fim do dia, empoleirei-as e recuperei sorrisos com dezenas de anos (1,x dezena de anos). Tão novos, éramos tão novos. Revi-nos e às nossas expectativas todas. Nós, uns miúdos com o cabelo comprido/ainda com cabelo/com o cabelo escuro, sem filhos, sem hipotecas. Nós sempre de T-shirt.
Quase que tive vontade de chorar. Aliás, tive vontade de chorar. Pelo que somos, pelo que não somos. Chorar de saudades minhas, nossas.
Não é que não tenha corrido tudo bem. Muito bem, mesmo. "Percorri" sítios e pessoas fantásticos. Escolhi sempre o que queria, quis sempre muita coisa. Chorar de orgulho por ter sido capaz, chorar por não saber se ainda tenho a mesma capacidade para querer. Sinto as articulações mais presas. Uma inflamação etária, social, económica, ontogénica.
Reconheço a maioridade pós-universitária: 1990-2008. No entanto aninho-me ainda no colo da escola.
*Para que não restem dúvidas sobre eu ter sido estudante na FCUL nos anos 90, ver fotografia acima (1993).