Se eu conseguisse organizar a logística capazmente, guardava a sexta-feira à noite para sair. Sair, jantar fora, beber uns copos, talvez mesmo dançar. É um desejo quase higiénico.
Ontem à tarde, depois de um dia pesado e mais uma semana das do costume, ouvi os ensaios. É uma coisa gira lá da minha escola, isto de ter um palco. Gosto de atravessar os corredores tropeçados de caixotes com cabos e cenários e homens de T-shirt preta. Gosto de ver a sala aberta, descer as escadas como se fosse entrar em cena. A menina, delirante e sem cerimónia, já se ensaiou. Levei-a um dia comigo e mais às tosses e aos meus processos; a sala estava aberta e agora a minha escola é a mais fantástica de todas porque "até tem um teatro!".
Ontem ouvi o piano e apeteceu-me ficar ali, a sair, mas não.