[hoje]
Estou um bocadinho de birra. Arrisco mesmo o contrariadinha. O campus está deserto, tenho que usar o cartão para entrar e por acaso só me apetece é sair. Tenho os pés frios e não consigo decidir-me sobre uns All Stars. Aliás, aborrecem-me todos os fabricantes de ténis.
Cheguei a sentar-me numa mesa de café e a trabalhar com o lápis no papel, sem google nem teclado, só para sair daqui um bocadinho. E a Fernandes não tinha Futuras pretas.
O mundo congemina e concorre para me contrariar.
*
[ontem]
Se tu fosses um animal, qual é que eras?
Um cavalo! (eu adivinhei)
E eu? Eu gostava de ser uma borboleta.
Não, as borboletas são muito pequeninas, tu eras uma girafa. Não, tive uma ideia, tu eras uma fada com uma borboleta e eu era o cavalinho da fada!
E o pai? Ò pai, o que é que tu eras? (pergunto eu, a tratá-lo por pai, uma coisa que confunde deveras o meu próprio pai)
Um tigre.
Ò pai, não queres ser antes um dinossauro? (pergunta ela; eu convulsiono-me de riso)
Não.
O pai podia ser uma zebra... (arrisco eu)
Não.
Está bem pronto, és um tigre amigo da fada e do cavalinho da fada.
História da mãe pirosa, o pai cota e a filha diplomata.