13.11.05
Contradi(c)ção
Eu não uso v-e-r-m-e-l-h-o.
Mas hoje foi dia de (a)propriedade e vestidos (o meu com calças, o dela não). Na casa do Xesus molharam o puto e velaram-lhe uma luz. Gosto da imagem da luz. Não aprecio nada do resto; a insistência na exclusão, no preço da falta de sacramentos, nas obrigações. Preferia que me explicassem as alegrias, que me fizessem sorrir. Não podemos pertencer ao que não reconhecemos como nosso.
Eu já pedi, não sei bem a quem, mas sei o quê. Gosto de igrejas. Já me comovi só de entrar no Sacré Coeur, pela beleza, pela fé alheia, pela capacidade de convocar a vontade humana, pelo conceito de abrigo. Também me lembro de entrar numa igreja holandesa e es/ntranhar tudo, a luz, o quadrado central, a diferença. A mesma diferença que faz com que na Escócia dezenas de ex-igrejas funcionem como qualquer outra coisa, feiras, salas de concerto, recintos de salsa. Dessa vez, enquanto torcia o corpo, esforçava-me por torcer o entendimento. Saí sem entorses.
Nós não nos prometemos até à morte, mas eu quero gostar dele para sempre. E acredito que o Xesus não a vai deixar de fora só porque não lho pedimos alto.