Hoje ao fim da tarde as piolhices deram-me comichão. Pela Rosa, percebi de repente, de rompante, uma série de coisas que nos últimos dias me escapavam, coisas que eu desconhecia, coisas que de algum modo me entristeceram, mas fizeram pensar.
Este blog é recente e eu visito uma meia dúzia de outros blogs. Quando o comecei, enviei um email à família e amigos que dizia algo como, Subject: Eu blogo...Texto: já que não consigo estar com os amigos. Porque (também) é isso que é para mim, uma maneira de estar com pessoas de quem gosto, que a vidinha não deixa aproximar mais. Quando comecei a fazer isto não sabia que pertenceria à categoria dos baby blogs, porque eu não sabia de categorias e não sei se quero saber. É sobre mim e a minha filha e é sobre mim com filha porque é isso que eu serei para sempre, uma mamã.
As fotografias são uma graça e são esquinadas de propósito. Eu não apareço de frente de propósito, por pudor, e se a minha filha aparece mais exposta em algumas foi por descuido ou vaidade. Porque é bonita, porque é minha e eu acho-a linda. Mas foi essa vaidade que me incomodou esta tarde. Foi o meu ego que me deu comichão. Que eu não sou, nem quero ficar, esquizofrénica da pedofilia. Que nós não cerramos as janelas cá de casa. Que nós não temos a mania, paroquial e self-centered, dos cortinados com medo das luzes acesas. Mas a vaidade, a percepção de que o desleixo foi por pecado, essa merece reparo. Reparei uma meia dúzia de imagens. Porque o que é natural e fica bem é cada um usar o cabelo com que nasceu*.
*P.S. Já pintei o cabelo de vários tons de castanho, avermelhado, ruivo e louro. Acho graça a quem pinta o cabelo, genuina e descomplexadamente. Porque tontas são as infelizes.