No filme, foi das cenas que mais impressionou. No final, quando os arquivos são abertos.
Na vidinha, remoo até hoje a história do protonamorado informador e do avô desbocado.
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Eles escreviam em francês e a PIDE*traduzia o que interceptava, até os poemas de Aragon que ela citava em algumas missivas. Helena registou duas coisas: primeiro, as traduções eram boas; segundo, aquilo, só por si, era indicativo da "multidão" que prestava serviço à polícia.
O número exacto continua, contudo, a ser uma incógnita, devido também, embora não só, ao facto de parte dos registos sobre informadores e agentes ter sido queimado pela polícia no próprio dia 25 de Abril.
O arquivo da PIDE que chegou à Torre do Tombo é composto por mais de seis milhões de fichas, 500 livros e 20 mil caixas cheias de processos.
*PIDE: Polícia Internacional e de Defesa do Estado