No outro dia fiz uma máscara. Besuntei a cara com uma pasta esverdeada e sentei-me na beira da banheira, a sentir aquilo a arrepanhar-me a expressão. Já não fazia há tanto tempo que já me tinha esquecido daquele puxão purificador, que eu cá gosto que os tratamentos se sintam. Pensei que depois ia tirar os pontos negros do nariz com aquelas fitas mágicas que também secam na cana. Tenho um prazer mórbido quando observo os pequenos anões de gordura, geometricamente espaçados, arrancados sem piedade e exibidos de pernas para o ar. Uma vez convenci-o a fazer aquilo e o mariquinhas gritou que doía muito. Os homens são uns fracos. O que dói é depilar as virilhas e arranjar as sobrancelhas.
Nesse dia já passava das nove; a criança alimentada, lavada e supostamente dormida. Mamã, mamã. Já não sei qual era a urgência, mas recordo a expressão parada, levemente enojada e temerosa quando me debruço. Vai lavar a cara. Encolhida, afastou-me num esgar de recusa.