Claro que não tenciono fazer nada por enquanto e aproveitei que a miúda e mais os seus guinchos foram caridosamente recolhidos pelos avós para pintar o cabelo. Cheguei lá a pedir uma misericórdia parda, um banho de qualquer coisa, mas não escapei dos pacotinhos de alumínio que guardam mechas molhengadas de caril como se fossem tesouros. E foi naquele preparo de descabelada biónica que foi preciso mudar de cadeira, atravessando a zona pública, onde qualquer incauto que se abastecesse de víveres no Carrefour me pôde apreciar as melenas.
Agora tenho o cabelo mais claro, assim um bocado mais canelado do que a minha estética preferia, e obviamente reencaracolado, mesmo depois dos puxões corajosos da Ana Maria. Mas se eu conseguisse exprimir-me cabalmente nos cabeleireiros tinha era pedido chocolate de leite, como o dela, se há coisa mais linda...
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